Cinesiofagia Urbana

No começo de Junho tive o grande prazer de fazer parte desse grande processo que foi o Cinesiofagia Urbana, espetáculo do grupo Mirai de Dança. Na próxima semana eles farão uma segunda e curtíssima temporada no Teatro Cláudio Barradas como atividade do Sesc Círio.

Cinesiofagia Urbana

Digerindo a Corporeidade Urbana
Corporeirade é, segundo alguns pensadores do corpo, nada menos que uma área que tem o homem como objeto de estudo, onde o corpo é o centro de experiências, sensações e criações. Ao digerirmos esta corporeidade no meio urbano, trazemos conosco todas estas experiências e sensações que nos permite a criação. Esta é uma das principais premissas do espetáculo de dança “Cinesiofagia Urbana”, que a COMPANHIA MIRAI DE DANÇA traz aos palcos de Belém.

Através de vivências e uma observação afinada ao meio urbano, os intérpretes-criadores da Companhia Mirai, com Direção geral e artística de Franco Salluzio, nos apresentam seus olhares e suas impressões sobre este universo em que nos encontramos e as questões que se suscitam acerca dos corpos, costumes e nuances deste cotidiano da cidade, através de uma concepção coreográfica criada coletivamente. Utilizam-se para isto das danças urbanas, também conhecidas como danças de rua, com o intuito complementar de disseminar de forma conceitual e conteudista esta arte e toda sua diversidade ainda pouco conhecida na cidade.

Além de promover o diálogo com este universo e reflexões de cunho universal, o “Cinesiofagia Urbana” se aproveita ainda do hibridismo já tão constante na contemporaneidade, incorporando em seu processo criativo a produção em diversas linguagens artísticas como as artes visuais, o fotografia, o audiovisual e inclusive intervenções urbanas. Tudo isto como resultado de parcerias magistrais com os artistas visuais Pedro Ivo e Rosiana da Paz na concepção artística, os publicitários Filipe Almeida e Haroldo França na direção fotográfica e audiovisual, além de contar com Tarik Alvez na iluminação e o internacionalmente conhecido DJ MASA que assina a trilha sonora do espetáculo.

Sobre a minha participação no processo, eu poderia dizer que foi muito intensa. Desde o começo fomos envolvidos pelo grupo e compomos com eles as idéias que norteavam o espetáculo. 

Além de fazer o cartaz, trabalhei fazendo algumas fotos que no começo nada mais eram do que imagens para divulgação. Porém no dia das fotos realizamos uma verdadeira intervenção urbana pelas ruas do comércio da cidade, onde os dançarinos interagiam com as pessoas, com os espaços, se perdiam no meio da multidão e se misturavam à profusão de elementos e poluição visual do centro da cidade. De uma simples saída com o pessoal do Mirai, voltei com um registro de performance riquíssimo tanto em fotografias como vídeos.

As fotografias foram compor o cartaz e de uma forma mais interessante do que esperávamos serviram ao seu propósito de divulgar não só o seu espetáculo, como o seu conceito. Já os vídeos se somaram aos outros produzidos pelo mega criativo Haroldo França, meu brother camarada, e viraram projeções interessantíssimas dentro do espetáculo.

A seguir uma pequena mostra desse trabalho: